Saúde
Segundo a OMS (Organização
Mundial de Saúde), saúde é uma condição ampla de bem-estar, do indivíduo. Não
só do ponto de vista patológico e fisiológico, mas do psicológico e do sociológico
também. A construção do homem pela antropologia, os pontos de vistas por cada
época, em cada momento histórico. Cada vez mais afasta-se da visão heurística
para se aproximar de uma visão holística, onde o ser faz parte do meio em que
vive. Agindo e interagindo com o meio e com aqueles que fazem parte do seu
meio. Inúmeros sinais e sintomas, interpretados e descritos pelos pacientes, com
o olhar do médico e da medicina, adjetivados sistematicamente de doentes, já
são entendidos e compreendidos pela equipe médica, como resultados das
condições de vida e de trabalho do paciente, sugerindo um MDH (mudança de
hábitos). Em momentos já foi dito que
não existem doenças, mas sim doentes, uma visão de que indivíduos diferentes,
reagem diferentes as mesmas condições vividas e impostas, perante as alimentações,
ambientações, infecções ou outras ações. Uma visão psicossomática, o acumulo de
emoções que geram patologias, expostas, implícitas e explicitas no corpo. O
corpo como uma descrição, simbólica e holográfica, do interior do ser. A doença
como um caminho para a cura.
Portanto, saúde não é um uma
expressão matemática onde se possam somar parcelas ou etapas de monômios a polinômios,
ou seja: momentos de queixas particulares e individuais, com um processo de
anamnese. Com investigação de sinais e sintomas, adicionando perguntas e
sugestões médicas, diminuindo ritmos de vida e restrições de alimentação;
somando um receituário e uma posologia, multiplicação das doses medicamentosas
e divisão das porções alimentares. Para então chegar a um resultado terapêutico
que satisfaça e anule as queixas do paciente. E o conceito de paciente, deve
extrapolar a condição de ser paciente, do cidadão aos cuidados dos médicos.
Indo e voltando a uma série de exames e consultas, impossibilitadas de
acontecer pelo processo burocrático e lento dos sistemas públicos de saúde. O
projeto do SUS funciona muito bem descrito e formatado nos papeis e nos
conceitos estáticos. Um fluxo de PERT/CPM e O&M, com resultados parciais de
sim e não, para chegar a um resultado satisfatório.
Saúde está contextualizada com
o ambiente em que se vive. E a medida que uma população é atendida em um
serviço público de saúde, ela gera um conhecimento para a equipe medica que
atende. Com dados fornecidos e coletados, com seus históricos familiares e
pessoais, com suas queixas resolvidas e mal resolvidas. Com exames e medicação
que deram resultados. Com a não violência institucional, as violências
exercidas pelos serviços públicos por ação ou por omissão.
O termômetro social diante do
médico. E se as patologias são vistas pela medicina como resultados do meio, é
no meio que deve surgir e vir as soluções. A respostas para as soluções das
condições de saúde, não estão restritas a apenas a um ministério federal, ou
uma secretaria, estadual ou municipal. Deve ser uma ação conjunta dos órgãos
administrativos e de departamentalizações, criados no serviço público,
dividindo culpas e responsabilidades. A departamentalização tem se comportado
como um câncer, onde as células e os departamentos se multiplicam
desordenadamente, sem respeitar o código de DNA de uma cidade. A cidade é um
ser vivo composta de células, formadas por seres humanos vivos e individualizados.
Onde cada um tem a sua necessidade de alimentar seus sistemas mitocondriais
para produzir energia, que movimentam as cidades. E a cidade como um ser vivo reflete
no ser. E este ser influencia e modifica a cidade. Cria veias e artérias para a
circulação, sujeitas a tromboses e artroses, provocadas pelos veículos individuais.
Saúde ultrapassa do
posicionamento, de sentado em frente a um médico, e das paredes de um
consultório, com biombos, esfigmomanômetros e estetoscópios. Ao som de um 33 torácico,
com direito a martelinho nas articulações inferiores. Ultrapassa os muros do
estabelecimento de saúde. Saúde começa dentro de casa com saneamento básico e
drenagens pluviais das ruas, das cidades. E abastecimento de água potável,
tratada e bem acondicionada, com tubulações limpas e controladas,
sistematicamente fiscalizadas. Saúde está nas ruas e calçadas, com facilidades
e acessibilidades, com a facilidade e comodidade, na necessidade de buscar um
atendimento emergencial. De ir participar de uma campanha de vacinação ou ir a
uma consulta marcada. Saúde pública começa no portão residencial, com rampas e
calçadas que se possam transitar, independentes das facilidades ou dificuldades
de locomoção particulares e individuais. Independente de deficiências visuais,
ou outras condições deficientes ou ausentes, que se possam classificar e
reconhecer, na anatomia ou fisiologia do indivíduo.
Enquanto seres vivos, vivemos diariamente
vinte e quatro horas. Dormindo ou acordado, os serviços públicos com médicos e paramédicos,
equipes administrativas e multidisciplinares, devem estar prontos, abertos e de
prontidão, por 24h; um serviço oferecido para cidadãos comuns, tal como são
oferecidos para os cidadãos incomuns. Direito e saúde são temas discutidos e a
serem discutidos nas pré-conferencias e conferencias de saúde, para culminar em
uma conferência nacional com a participação da sociedade, discutindo e
participando. Exigindo e cobrando! Que venha uma conferência nacional de saúde em
busca das curas das pessoas e das cidades.
“Saúde pública de qualidade para cuidar bem
das pessoas – direito do povo brasileiro”, assim falou a presidenta.
Roberto Cardoso (Maracajá)
Reiki Master & Karuna
Reiki Master
RN, 06/06/15
PDF 400
Texto
disponível originalmente em:
Textos
relacionados:
- O susto da fraude
- Os sustos do SUS
- Reenfermagem
Nenhum comentário:
Postar um comentário