Cultos,
incultos e ex-cultos.
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Em cultos e missas, nas
igrejas e similares, os participantes e os fiéis, vão em busca de um conhecimento
religioso, um saber maior e mais abrangente, um saber além dos colégios e das escolas,
algo mais social, socializável, a convivência do homem em um grupo, suas
relações sociais. Um saber, uma informação e um conhecimento para aprender,
guardar, distribuir nas ruas, e levar para casa.
Um aculturamento místico geral,
com direito a rituais e expressões diferenciadas. Orações cantadas, e cantos
orados, com ou sem acompanhamento instrumental. Momentos de reflexão, oração e fé;
e momentos inertes e calados. A presença de pessoas na igreja, como um
comportamento religioso, milenar e social. O antigo espaço de aprendizagem. O
espaço reservado para cultos e orações, a comunhão dos fiéis, que devem
aprender a repartir e dividir, não só o pão e o peixe, mas os espaços também.
Atividades proporcionando
benefícios, no bem-estar, na sobrevivência, na convivência e na própria religião,
com formas, normas e critérios. Uma religião, um religare, a religação com o
Criador. Aquele dito e entendido, como o criador de tudo e de todos, e assim
defendem as religiões, os fiéis e os infiéis. Com o conhecimento contido na
Bíblia, seus exemplos e suas interpretações.
Um conhecimento que possa
ajudar a resolver e a conviver, com os seus problemas terrestres: carnais,
econômicos e judiciais; fraternos, familiares e matrimoniais. Buscam nas leis
mosaicas o princípio do conhecimento jurídico. Nas palavras de Jesus o alento atento
para a compreensão, do arrependimento, do desgosto e do amor. AMOR, o caminho
que retorna a ROMA, o lugar de onde foi difundido o cristianismo, que atravessou
O MAR. Uma informação contida em quatro letras: M-A-R-O.
O conhecimento básico, médio e
superior, está oculto, e está escrito, descrito e inscrito na Bíblia, o livro
dos livros. Nas palavras dos profetas, buscam entender os seus destinos no
futuro. As escrituras sempre presentes, com parábolas e metáforas; lições,
aprendizagens e aperfeiçoamentos.
Estudam e decoram versículos e
capítulos, do Pentateuco aos Hagiógrafos, passam por Poetas e Profetas;
legislação e história. Seguidores com argumentos de padres e pastores citam
exemplos de testamentos, comportamento e compaixão, lembrando o capitulo, o
versículo e o autor. Julgam exercer a pratica por conhecer a teoria contida na Bíblia,
participam de estudos bíblicos dominicais, com teorias e teologias. Julgam, sem
admitir serem julgados, consideram-se os escolhidos, sem ter a certeza que
serão os chamados. Conhecem as leis de Deus, mas não conhecem as leis de Newton:
dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço; e para toda ação a uma reação
igual e em sentido contrário. E periodicamente, sistematicamente, estão
presentes na Casa do Senhor, casas conduzidas e controladas, administradas e
ministradas, por um homem na roupagem e posição de padre ou pastor, com seus
vereadores, deputados e ministros; conselheiros e oradores.
Reúnem-se em salas, salões, assembleias,
missas e cultos, para discutir e conhecer a palavra, assim dizem os seguidores dos
cultos e da religião, consideram-se fraternos e irmãos. Estão aptos e abertos
para seguir o inculcamento ditado pelos padres e pastores. Como não possuem
conhecimento e discernimento torna-se necessário seguir uma orientação, e uma
interpretação, dos que estudaram e cursaram seminários. Seguem as vidas e as
ditas de padres e pastores. Adoram seus orientadores, tornados santos, e como seguidores
cultuam a imagem dos seus comportamentos e seguimentos.
Chegam nas igrejas com o
sovaco benzido, ungido e ilustrado, com a Bíblia debaixo do braço, e esquecem algumas
leis que existem do lado de fora, no ex-culto, fora da missa e fora da prece.
As regras de respeito ao próximo, e as regras da acessibilidade. O direito de
ir e vir do cidadão, ainda que não frequentem as igrejas. Os chamados homens de
fé priorizam ali do lado de fora, as suas próprias necessidades, atrapalhando
outros irmãos. Ocupam ruas e calçadas impedindo que outros façam o que mais fez
Jesus, caminhar. Com a Bíblia na mão andam de carro. Padres e pastores tem
vagas reservadas, e circulam com veículos sobre as calçadas. Fiéis ocupam
paradas de ônibus, impedindo que outros acessem um veículo raro e coletivo, que
lhe proporcionará novos caminhos. Acreditam que rampas de acesso, estão ali
estrategicamente posicionadas, para não amassar a sua porta veicular, ao abrir
e fechar.
Em cultos e missas, em igrejas
e similares, encontramos os incultos no lado de fora, as atitudes do ex-culto,
o lado de fora da igreja depois do culto, da missa, e da celebração. O direito
de ir e vir é de todos, e quem estaciona já chegou, não exerce mais o seu
direito. O ir e vir não inclui um direito de estacionar, e impedir o ir e vir
de outro ao tentar passar. Não tem o direito de impedir a acessibilidade de
idosos e deficientes, e dos cadeirantes, sozinhos ou acompanhados. Ter um
veículo, não condiciona um direito e um poder de superioridade, independente de
cultos e rezas. Existem normas e regras que são universais. Existem símbolos constituídos,
construídos e grafados (Komunikologia), destinando os caminhos e os espaços de
cada um, de cada grupo.
Religiosos assíduos, com ares
de bem-sucedidos e bem arrumados, no estilo paletó e gravata (alguns surrados,
suados e esfarrapados), não se importam ou se incomodam pelo que acontece do
lado de fora, de seus templos idolatrados. Praticam uma hermenêutica elitista e
corporativista, com ares e cheiros escatológicos. Estacionam seus carros em
qualquer espaço, orando, rezando e julgando, que Deus protege o seu patrimônio
automotor. Um Deus onisciente para saber o que acontece do lado de dentro, e do
lado de fora da igreja; onipresente para estar do lado de dentro da igreja,
acompanhando as orações dos fiéis, e do lado de fora para pastorar (vigiar),
seu patrimônio, com a sua onipotência, protegendo dos pobres e desafortunados,
os que fora da igreja por eles são desclassificados.
Pastores orientem suas ovelhas,
como se comportar fora da missa e fora da igreja.
Vigiai e olhai bem o que
fazes!
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