segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Incultos nas igrejas

Incultos nas igrejas

Cultos, incultos e ex-cultos.
PDF 443

 
Em cultos e missas, nas igrejas e similares, os participantes e os fiéis, vão em busca de um conhecimento religioso, um saber maior e mais abrangente, um saber além dos colégios e das escolas, algo mais social, socializável, a convivência do homem em um grupo, suas relações sociais. Um saber, uma informação e um conhecimento para aprender, guardar, distribuir nas ruas, e levar para casa.

Um aculturamento místico geral, com direito a rituais e expressões diferenciadas. Orações cantadas, e cantos orados, com ou sem acompanhamento instrumental. Momentos de reflexão, oração e fé; e momentos inertes e calados. A presença de pessoas na igreja, como um comportamento religioso, milenar e social. O antigo espaço de aprendizagem. O espaço reservado para cultos e orações, a comunhão dos fiéis, que devem aprender a repartir e dividir, não só o pão e o peixe, mas os espaços também.

Atividades proporcionando benefícios, no bem-estar, na sobrevivência, na convivência e na própria religião, com formas, normas e critérios. Uma religião, um religare, a religação com o Criador. Aquele dito e entendido, como o criador de tudo e de todos, e assim defendem as religiões, os fiéis e os infiéis. Com o conhecimento contido na Bíblia, seus exemplos e suas interpretações.

Um conhecimento que possa ajudar a resolver e a conviver, com os seus problemas terrestres: carnais, econômicos e judiciais; fraternos, familiares e matrimoniais. Buscam nas leis mosaicas o princípio do conhecimento jurídico. Nas palavras de Jesus o alento atento para a compreensão, do arrependimento, do desgosto e do amor. AMOR, o caminho que retorna a ROMA, o lugar de onde foi difundido o cristianismo, que atravessou O MAR. Uma informação contida em quatro letras: M-A-R-O.

O conhecimento básico, médio e superior, está oculto, e está escrito, descrito e inscrito na Bíblia, o livro dos livros. Nas palavras dos profetas, buscam entender os seus destinos no futuro. As escrituras sempre presentes, com parábolas e metáforas; lições, aprendizagens e aperfeiçoamentos.

Estudam e decoram versículos e capítulos, do Pentateuco aos Hagiógrafos, passam por Poetas e Profetas; legislação e história. Seguidores com argumentos de padres e pastores citam exemplos de testamentos, comportamento e compaixão, lembrando o capitulo, o versículo e o autor. Julgam exercer a pratica por conhecer a teoria contida na Bíblia, participam de estudos bíblicos dominicais, com teorias e teologias. Julgam, sem admitir serem julgados, consideram-se os escolhidos, sem ter a certeza que serão os chamados. Conhecem as leis de Deus, mas não conhecem as leis de Newton: dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço; e para toda ação a uma reação igual e em sentido contrário. E periodicamente, sistematicamente, estão presentes na Casa do Senhor, casas conduzidas e controladas, administradas e ministradas, por um homem na roupagem e posição de padre ou pastor, com seus vereadores, deputados e ministros; conselheiros e oradores.

Reúnem-se em salas, salões, assembleias, missas e cultos, para discutir e conhecer a palavra, assim dizem os seguidores dos cultos e da religião, consideram-se fraternos e irmãos. Estão aptos e abertos para seguir o inculcamento ditado pelos padres e pastores. Como não possuem conhecimento e discernimento torna-se necessário seguir uma orientação, e uma interpretação, dos que estudaram e cursaram seminários. Seguem as vidas e as ditas de padres e pastores. Adoram seus orientadores, tornados santos, e como seguidores cultuam a imagem dos seus comportamentos e seguimentos.

Chegam nas igrejas com o sovaco benzido, ungido e ilustrado, com a Bíblia debaixo do braço, e esquecem algumas leis que existem do lado de fora, no ex-culto, fora da missa e fora da prece. As regras de respeito ao próximo, e as regras da acessibilidade. O direito de ir e vir do cidadão, ainda que não frequentem as igrejas. Os chamados homens de fé priorizam ali do lado de fora, as suas próprias necessidades, atrapalhando outros irmãos. Ocupam ruas e calçadas impedindo que outros façam o que mais fez Jesus, caminhar. Com a Bíblia na mão andam de carro. Padres e pastores tem vagas reservadas, e circulam com veículos sobre as calçadas. Fiéis ocupam paradas de ônibus, impedindo que outros acessem um veículo raro e coletivo, que lhe proporcionará novos caminhos. Acreditam que rampas de acesso, estão ali estrategicamente posicionadas, para não amassar a sua porta veicular, ao abrir e fechar.

Em cultos e missas, em igrejas e similares, encontramos os incultos no lado de fora, as atitudes do ex-culto, o lado de fora da igreja depois do culto, da missa, e da celebração. O direito de ir e vir é de todos, e quem estaciona já chegou, não exerce mais o seu direito. O ir e vir não inclui um direito de estacionar, e impedir o ir e vir de outro ao tentar passar. Não tem o direito de impedir a acessibilidade de idosos e deficientes, e dos cadeirantes, sozinhos ou acompanhados. Ter um veículo, não condiciona um direito e um poder de superioridade, independente de cultos e rezas. Existem normas e regras que são universais. Existem símbolos constituídos, construídos e grafados (Komunikologia), destinando os caminhos e os espaços de cada um, de cada grupo.

Religiosos assíduos, com ares de bem-sucedidos e bem arrumados, no estilo paletó e gravata (alguns surrados, suados e esfarrapados), não se importam ou se incomodam pelo que acontece do lado de fora, de seus templos idolatrados. Praticam uma hermenêutica elitista e corporativista, com ares e cheiros escatológicos. Estacionam seus carros em qualquer espaço, orando, rezando e julgando, que Deus protege o seu patrimônio automotor. Um Deus onisciente para saber o que acontece do lado de dentro, e do lado de fora da igreja; onipresente para estar do lado de dentro da igreja, acompanhando as orações dos fiéis, e do lado de fora para pastorar (vigiar), seu patrimônio, com a sua onipotência, protegendo dos pobres e desafortunados, os que fora da igreja por eles são desclassificados.

Pastores orientem suas ovelhas, como se comportar fora da missa e fora da igreja.

Vigiai e olhai bem o que fazes!

 

 

Texto disponível em:


 

 
Entre Natal/RN e Parnamirim/RN; em 03/08/2015

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